Montaña 7 Colores

Eu postei o vídeo abaixo no meu Instagram, com a legenda contando um pouco da minha experiência nas Montanhas Coloridas, no Peru...



Isso me fez pensar em uma série de experiências que tive ao longo da vida. Vou começar falando um pouco mais do Peru, daqui a pouco eu chego no que pensei...

Não sei se você já esteve no Peru, mas respirar lá não é tarefa fácil, por conta da altitude, mas eu senti mesmo os efeitos do vento e de ter experimentado o pisco: chegamos segunda-feira e teríamos a tarde livre. Deixamos as coisas no hotel e saímos para almoçar, comemorar nossa chegada e conhecer um pouco de Cusco. Eu estava curiosa por conhecer os sabores do país, além das suas belezas, cultura, o máximo de experiências que eu pudesse ter. Todos os meus sentidos ansiavam por aquilo, então me permiti experimentar o tal do pisco, mesmo sendo abstêmia de álcool.

Resultado da decisão: na terça-feira, não saí do quarto do hotel, pois minha cabeça rodava, enquanto eu me lembrava do único gole de pisco que havia tomado. Estava pálida e sem vontade de curtir a melhor viagem da vida. Por outro lado, as pessoas ficaram preocupadas comigo (as que viajaram comigo e as do Peru), me ofereceram remédios, chás e coisas para que eu pudesse melhorar.

Quarta-feira, estava recuperada e pronta para viver novamente a experiência do Peru. Pelo menos, era o que eu achava: consegui comer, meu ânimo havia voltado, mas a cabeça ainda rodava um pouco.

Naquele dia, iríamos conhecer o Vale Sagrado de Pisaq e Ollantaytambo e foi a primeira vez que eu senti a “altitude”. Como doía fazer algo tããão simples como caminhar e respirar. Precisei parar diversas vezes durante as trilhas, ainda em Pisaq, para voltar a ter fôlego. – Uma decisão errada que fez eu me arrepender a semana inteira.

Vale ressaltar que eu nunca tinha feito trilhas na vida. E também que busquei preparar meu físico da melhor maneira possível, é claro, mas, algumas coisas, a gente só sabe o que (e como) vai acontecer, na hora que acontecer.

Chegou quinta-feira: dia de conhecer Machu Picchu. E eu ainda não acredito que tive o privilégio de estar ali, que pude me sentir pertencente (não só à Cidadela, como ao país, na verdade, mas Machu Picchu é especial: para mim, tem mais magia, mais encanto... E foi a primeira coisa que me fez querer fazer essa viagem).

Na estação de trem, alguns Peruanos dançavam e cantavam, se divertiam e chamaram a gente para a festa. Tivemos um pequeno teatro dentro do vagão e o presente de poder olhar aquelas belas paisagens no caminho.

Na entrada do parque, um pequeno beija-flor veio beijar uma flor ao meu lado. Para os Peruanos, aquilo é sinal de boa sorte, que os deuses estão conosco durante a jornada. Já para mim, eu acabo me lembrando da minha avó que agora é meu anjo-da-guarda e os adorava.

Tem todo um misticismo em Machu Picchu que eu não sei explicar e as fotos não transparecem a conexão entre tiempo, espacio y tierra. É um lugar para viver e sentir, caso isso seja um pedido do seu coração, não explicar. Aproveito a oportunidade de repetir o que nosso guia disse: “busque saber de onde vem, para saber para onde ir, escute o chamado do seu coração”. – O meu, eu sei que são aquelas terras.

Ainda em Machu Picchu, meu calçado estragou e eu tive que andar descalça entre as ruelas. Os outros turistas que cruzaram meu caminho, estranhavam a minha atitude. Creio que pensavam: “está doida ou pagando promessa?” Independemente disso, eu sinto que vivi o Peru e especialmente Machu Picchu.

Sexta-feira chegou e, com ela, Montaña 7 Colores. Já havia sido avisada da altitude, então tinha duas opções: 1) caminhar ou 2) ir a cavalo. Eu nunca tinha andado a cavalo, mas senti que não teria condições de fazer toda a trilha a pé. Essas montanhas são uma das paisagens mais lindas que tive a oportunidade de conhecer. Mas, o ar rarefeito, maltrata.

E esse é o ponto que me fez refletir, que falei no começo da postagem: deu vontade de desistir, mesmo tendo pegado um “atalho”. Precisei “brigar” com meu cérebro de que seria capaz de concluir aquilo, mesmo que fosse apenas até o primeiro mirante (a 4000 metros de altitude). A parte que gravei, eu estava pensando: “eu já vim até aqui, um passinho de cada vez, se precisar, dá uma pausa e respira, mas não volte atrás”.

E assim eu fiz, como sempre na vida e com tudo: eu não sou de desistir perante as dificuldades, grandes ou pequenas. E sabe quem se beneficia das fotos e a vista da montanha? Fora o abraço carinhoso da Vânia, quando eu finalizei a minha subida, mesmo com bastante dificuldade, me lembrando "Você conseguiu!!! Parabééns!"

Para finalizar a semana: sábado era dia de Laguna Humantay. Novamente usei cavalo, mas o medo, agora, não era passar mal por conta da altitude, mas sim os penhascos que têm no caminho. Meus olhos e coração não conseguiram acreditar quando viram aquela lagoa com a água que tem cores verde esmeralda e azul turquesa. E a dificuldade de respirar, tornou-se encantamento, perda das palavras, fascinação...

Os

meus

olhos

não podiam acreditar na beleza e perfeição daquele lugar. Até agora, se não tivesse fotos, eu não acreditaria, acredito eu. 


Mas, eu vivi o Peru, eu venci o Peru e eu amei o Peru.

Se eu já estou sentindo saudades? Pfffff... Imagina! 

Na verdade, nem queria ter voltado. Hahaha...


Mas, falando sério agora e buscando finalizar esse texto já com lágrimas nos olhos: não desista dos sonhos que Deus colocou no seu coração, apesar das dificuldades, dos pesares, vá em busca e não desista até chegar onde você sabe que pode chegar.

 

Tú corazón te llama,

Chaskañawy. 

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