Ah...
3 anos planejando essa viagem e ela finalmente aconteceu.
Eu gostaria de ter palavras para
expressar a experiência de conhecer o Peru, em especial lugares que visitei com
a Ribeirão Eco Turismo, mas eu não tenho.
É...
É irônico, eu sei: eu trabalho
com as palavras e, agora, não as tenho, seja em Português, Espanhol ou Inglês.
Sabe quando seu coração
simplesmente te chama? Sabe quando você sente que é o certo? Que o caminho de
Deus?
Foi assim que me senti com essa
viagem.
E, colocar tudo isso em palavras,
é quase como se eu cometesse um crime. O crime, impagável, de não saber expressar
exatamente o que eu senti e o que eu vivi.
Dizer que foi incrível é muito
pouco e até clichê. Dizer que nunca vou esquecer tudo o que vivi lá: “ah, e quem
poderia?”
Elogiar la gastronomía, la
beleza de la Plaza de Armas, el respecto y cuidado con cada detalle... ¡Por
Dios! ¿Cómo? Creo no ser posible.
Simplesmente não dá: me faltam
palavras e me sobram lágrimas por me sentir tão privilegiada por ter vivido
isso, pela viagem, companhias, semana, tudo ter sido incrível. Como expressar uma
sensação de pertencer a um lugar tão grande, místico e energético?
Contar que eu perdi a sola do calçado e andei descalça em Machu Picchu!? Que nunca tinha feito trilha na vida e que o ar rarefeito demanda muita energia? Que quase desisti de subir as montanhas coloridas? Que andei a cavalo a primeira vez na vida – na beirada de um penhasco e achei que fosse cair/ morrer?, mas que estou aqui escrevendo a história. Ou talvez eu devesse contar que... passei mal no segundo dia de viagem? Que acabei virando a intérprete da excursão? Que, a cada beleza, meu coração se sentia mais e mais em paz e certo de ter feito a escolha certa dessa ser a minha primeira viagem internacional!
Ou, de
repente, eu deveria contar a sensação de ter visto Humantay, de ter sentido sua
água gelada. Que levei livros, mas não consegui ler ou que pensei em treinar
musculação durante a semana, mas para quê?
Ah, talvez eu devesse contar que tomei Inca Kola (que tem cor de detergente) e que achei horrível? Que um amigo experimentou carne de porquinho da índia? Ou será que conto que comprei vários chaveiros de llamas, para presentear as pessoas queridas, mas... HAJA LLAMINHA!!! jajajajajaja
Lembrei que, talvez, devesse contar que o sabor do abacaxi é um pouco mais doce, intenso e gostoso do que o daqui. Que eles têm uma variedade de batatas e milhos. E os milhos têm grãos de tamanho que mais parecem dentes de alho, ou seja, imensos!
Contar que tudo tem uma ordem, um porquê!?
Ou que os cachorrinhos são muito amistosos e fofinhos e um, inclusive, me deu a pata! Que as casas não são rebocadas por fora, mas as flores, como as rosas, são imensas ou muito bonitas.
Talvez eu devesse mesmo contar que tenho mais medo do avião pousar, do que dele decolar. Que, quando você está nos céus, ao contrário do ônibus, você consegue até escrever, sem a letra tremer.
Como eu gostaria de poder
descrever tudo o que senti ao longo da semana passada em poucas palavras ou
colocar cada emoção, sentimento e sensação que vivi ali, mas, meu primeiro
compromisso é ser impecável com as minhas palavras e, como elas estão me faltando
agora, acredito que não será possível ser tão detalhista como eu gostaria.
Mas, tudo bem! O importante para mim, não é exatamente me expressar sobre cada detalhe que vivi nessa viagem, mas sim o privilégio de tê-la vivido.
O privilégio de ter escutado um chamado do meu
coração, o querer da minha alma. E, por isso, me sinto grata!
E, se você quiser um conselho...
Não.
Não vou dizer: “vá para o Peru.”
Meu conselho é: "vá para onde seu coração te chamar." Vá para onde sentir que Deus tem um propósito para você! E é isso que eu quero fazer: cada vez mais viver de acordo com o propósito do Pai, escutando o Seu chamado, usando minhas palavras para inspirar, orientar, comunicar o que penso, não para me justificar ou machucar outrem.
Escute o chamado do seu coração.
Vá viver. <3