Limpe seu espelho!
Não, esse post não contem dicas de limpeza doméstica, embora,
poderia.
O objetivo aqui é falar de vida e mentalidade...
Acredito eu que você já deve ter ouvido aquela história da
mulher que vivia reclamando que a vizinha não sabia lavar os lençóis, pois,
após cada lavada, eles continuavam sujos, nunca estavam brancos, mas a vizinha
insistia em estendê-los no varal. “Onde já se viu?”, dizia ela ao marido, “essa
mulher não sabe lavar um lençol, mas continua colocando-os para secar”. O marido
não falava nada, apenas observava.
Você já conhece essa história? Bom, se você não conhece, eis
o que aconteceu:
Um belo dia, a mulher ocupada com seus afazeres viu que a
vizinha trazia os lençóis, mas, dessa vez: “BRANCOS!! ELA FINALMENTE APRENDEU!”
ela diz ao marido. O homem, muito paciente, lhe responde: “eu não aguentava
mais suas reclamações e tomei a atitude de lavar nossas janelas”.
Essa história é para que aprendamos a olhar nós mesmos,
antes de tomar conta da vida dos outros, é claro, mas, além disso, para mim, limpeza
também é convite à reflexão.
Onde as pessoas costumam ter suas melhores ideias?
Antes de mais nada, eu sei que a vida é feita de processos e
que, muitas vezes, eles não são fáceis. Para piorar, raramente sabemos por onde
começar...
Eu fui ensinada a começar pela organização: tirar as roupas para
lavar, guardar o que está fora do lugar etc. Com você também é assim?
Ou seja, começamos pelo o que está fora do lugar, pelo o que
incomoda o olhar.
Sabe aquela “coisinha” que, se tirar, as coisas fluem muito
melhor?
Aquele efeito sanfona, aquela música, aquele programa de tv
ou, até mesmo, algo que você gostava de fazer ou que funcionava bem, como o seu
perfume, mas que agora “não tá legal”? Pior ainda aquele "amigo" âncora que só te puxa para baixo ou ainda aquele receio de impor seus limites, por medo das pessoas te tratarem mal?
Sabe essa sensação? Esse sentimento de “não pertenço a esse ambiente/adjetivo”?
Bom, eu não sei você, mas eu já tive essa sensação várias
vezes ao longo da minha vida. Essa semana era de limpar meu quarto e eu não
sabia por onde começar. Então, fiz o de sempre e comecei guardando tudo o que
não iria precisar: meu laptop, cadernos de estudos, canetas. Depois, comecei a
limpeza da mobília e, quando eu estava limpando meu espelho, o pensamento que me
veio foi justamente esse: “o que eu preciso limpar da minha vida?”, então, percebi
esse incômodo latente.
Conforme passava o pano, deixei a resposta vir. Então, mentalmente
fui limpando o medo de “trocar de carreira”, de ficar “maromba”, de mudar de
creme dental e desodorante, o medo de desagradar as pessoas (que eu nem
conheço), o medo de falar “só” da minha viagem para o Peru, também limpei as
mágoas, os ressentimentos, as coisas que senti que não fazem mais parte da
minha imagem. Limpei o medo de lidar com o caos...
Eram tantos “medos”, mas tantos, que... eu não conseguiria
listar todos aqui. Mas a minha imagem ainda estava refletindo mitote,
então, eu limpei tudo o que eu senti que deveria.
E, ao limpar, me coloquei no lugar, reconheci minha
identidade e meu poder e balanceei o que eu sei que é realmente importante para
a minha imagem.
Eu estava dizendo para mim mesma antes dessa limpeza, que
não estava com “medo” dessas coisas, da opinião dos outros ou de viver de acordo com as minhas prioridades, enfim,
mas limpei. E, ao limpar, fui lembrando que “medo” é uma percepção equivocada da
realidade e, se é equivocada, é mentira e "para que você vai ficar presa a
uma mentira, Juliana? Ao ponto de isso atrapalhar sua vida, sendo que a vida está aí,
esperando para ser vivida. Nas alegrias, é claro, e também nas tristezas."
Então, essa limpeza foi sinônimo de mais consciência sobre
mim e quem eu sou e esse exercício traz liberdade e autonomia e, também, responsabilidade.
Reflita um pouco com você mesmo(a): o que você precisa
limpar da sua vida?
Com amor <3,
Juliana.
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